O sol brilhava lá fora. Cada raio iluminando uma forma de vida, um ser estático. Eu olhava pela janela, um espaço tão pequeno que enquadrava tanta coisa: a beleza do verde, o ruído do vento roçando em meu cabelo, o balanço ritmado das folhas, o aroma da terra, a leveza da vida lá fora. Cada pedaço meu pertencia a esse dia, a esse tempo que teimava em passar. A paisagem que jazia por entre a moldura da minha janela só me mostrava o que era difícil compreender. Por maior que fosse a saudade, a distância, a necessidade ardente da presença dele o tempo não parava e não iria parar. O sol continuaria a brilhar todos os dias, as nuvens continuariam a se mover em direção ao vento, a lua iria aparecer todas as noites. Nada mudaria. Nada, a não ser a única e não excludente ausência que cresceria em meu interior a cada minuto decorrido.
Por alguns, só alguns irrelevantes minutos daquela manhã eu vivi como se ele estivesse ali. Senti sua presença, seu calor em minha pele arrepiando cada trecho que sentia sua presença. Senti sua mão passear pelo meu corpo descendo pelo pescoço, moldando minha cintura. Senti por um momento seu cheiro que por tantas vezes permaneceu em minha roupa, minha cama, meu travesseiro. Senti que o tocava, passava minha mão em seus cabelos curtos e bem cortados, passava pela nuca e imaginava seus pelos eriçando a cada toque manso de meus dedos. Meus dedos ansiosos corriam pelo seu peito que por muitas noites foi meu colo, meu ninho. Iam seguindo pelo abdome e subiam de novo em direção a sua boca. Delimitava cada curva de seu rosto: os olhos, nariz, boca. Parei por uns segundos nessa última região. Passei de leve os finos dedos por todo seu lábio e desejei que eles fossem de encontro ao meu. Fechei os olhos e esperei reviver toda aquela sensação inebriante de quando me tocava. Mais uma vez fui tomada pela imaginação. Senti sua boca percorrendo toda a estrutura do meu colo. Senti suas mãos me puxarem para mais perto. Senti ainda mais o calor de seu corpo, a necessidade mútua de alcançar algo que somente o corpo, a carne não podia oferecer. Minha respiração abafava juntamente com o aumento da pulsação. Suspirava ao sentir suas mãos tão fortes, alheias a qualquer permissão sobre meu corpo. Ia me invadindo aos poucos, me levando solta. Seu cheiro era agora uma mistura nossa. Chegamos ao ápice do desejo. Senti toda a minha roupa sendo arrancada de mim. Cada centímetro da minha pele ansiava o contato com a sua. A necessidade de estar tão perto, dentro aumentava. Um instante se passou e sem que eu pudesse perceber, eu estava completamente nua, despida não somente das minhas roupas, mas dos meus anseios, medos, inseguranças.
Eu estava com ele. Eu tinha ali, tão próximo de mim o calor quando só me bastava o frio, eu tinha a luz quando só conseguia enxergar escuridão, tinha a primavera quando meus dias só se tornavam uma breve tarde de inverno. Fechei novamente meus olhos e ele se aproximou mais de mim, entre nossos corpos já não se podia observar distância. Em uma seqüência de ritmos ele beijou meu pescoço seguindo em direção a pontinha da minha orelha. Nesse momento senti meu corpo todo estremecer. Cada espasmo me levava mais e mais em direção a ele. Senti seu ofegar, seu ar quente. Ele estava ali, definitivamente.
Abri meus olhos cobertos em lágrimas e pude ver entre tudo que ocorria lá fora que a minha vida, assim como o mundo que me rodeava, poderia seguir sem ele. Mas, eu não queria isso! Não escolheria jamais me privar de toda essa sensação. Faria o que fosse preciso para mantê-lo por perto. A saudade doía, a ausência era desesperadora. Cada dia era uma eternidade e eu iria esperar. Esperaria sorrindo e correria em direção aos seus braços quando estes se abrissem para mim novamente. Colocaria minhas delicadas mãos eu sua face e olharia dentro de seus olhos e os fecharia com um leve toque da minha boca na sua. Demoraria quanto fosse preciso para sentir seu gosto e sem mais precisar dizer uma palavra ele saberia que todo esse tempo eu estava ali inteiramente ao seu dispor. E como se mais nada bastasse eu abriria meu sorriso doce de menina e sussurraria como uma brisa em seu ouvido: é você que eu quero...
Parabéns você é muito talentosa, como se não bastasse a beleza externa ainda é linda por dentro, orgulho de ser seu amigo. BEIJOSSSS!!
ResponderExcluirna moral... eu soh quero saber quem eh seu "muso" inspirador... hehehehhe
ResponderExcluirsdd menina!!